Pandemia: Viver um marco histórico é cansativo e desestabilizador - para todos.
- Alessandra Becker
- 8 de abr. de 2024
- 2 min de leitura
Diante da pandemia da COVID-19, observamos o mundo inteiro passando por alterações forçadas em suas rotinas e vivenciando momentos longos de insegurança, ansiedade, angústia e preocupações devido a inumeráveis fatores que a pandemia movimentou.
Um acontecimento tamanho que não esperou planos se concretizar, situação econômica se preparar ou saúde psicológica e/ou física se estabilizar... A pandemia veio sem considerar planejamento algum, trazendo consigo o desconhecido, o invisível e o imprevisível que nos colocou frente as nossas vulnerabilidades, principalmente, a possibilidade de morte e de perdas.
Tem como passar completamente ileso a isso tudo?
Algo é fato, todos fomos direta ou indiretamente atingidos, porém, cada sujeito viveu tudo isso de maneira muito particular. Freud, em seus escritos nos traz que frente a uma ameaça cada sujeito levanta suas armas, ou melhor, seus mecanismos de defesas.
Sendo alguns deles (os mais percebidos diante do caos mundial:
• Negação: investimento de energia psíquica para contradizer e desacreditar do real, com intuito de fuga do sofrer que este pode trazer. Por exemplo: negar a existência do vírus, a sua gravidade, a necessidade de cuidados, e por aí vai...
• Deslocamento: transpor sentimentos e comportamentos causados por um determinado fator, a outras coisas que não sejam o fator motivador desses sentimentos e comportamentos.
Por exemplo: quando você está angustiado pelo presente risco de você adoecer e então você se estressa facilmente com seus colegas de trabalho.
• Sublimação: parte da energia psíquica é direcionada a realização de atividades socialmente aceitáveis, ou que visam aliviar sintomas ou mudar o foco da situação de desconforto. Por exemplo: quando você busca praticar algo que lhe dá prazer e nesse momento esquece suas preocupações.
• Formação de sintomas: alto instinto de autopreservação que luta contra angústias, gerando sintomatologia psicossomática, física e/ou psíquica. Por exemplo: quando você sente todos os sintomas da COVID-19 mas na realidade não está doente.
Por fim, encarar o real da vida humana e do mundo, foi necessário e humanamente incontrolável. Ao mesmo tempo que árduo e doloroso a todos. O que Freud nos mostra com a psicanálise, é que cada um de nós sempre buscará um jeito de encontrar segurança frente algo que lhe ameaça, e ainda assim, sempre seremos atingidos pelo real.




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